O que a Recuperação Judicial da Polishop ensina às empresas brasileiras?

O que a Recuperação Judicial da Polishop ensina às empresas brasileiras?
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A Justiça de São Paulo aceitou na última segunda-feira, 20 de maio, o pedido de recuperação judicial da Polishop. A varejista de eletrodomésticos havia protocolado o pedido no início do mês, reportando dívidas de R$ 395 milhões. 

Com a aceitação do pedido, a Polishop tem agora 60 dias para apresentar um plano de recuperação, período durante o qual as execuções (cobranças de dívida) contra a empresa são suspensas por 180 dias. “Essa medida visa dar à companhia um respiro financeiro para reestruturar suas operações e negociar com os credores”, explica Luciano Bravo.

Recuperação Judicial

A recuperação judicial é um mecanismo legal destinado a empresas que enfrentam dificuldades financeiras, mas que ainda possuem viabilidade econômica. O objetivo é permitir que essas empresas se reorganizem, preservem empregos e honrem seus compromissos com os credores de maneira sustentável.

O processo começa com a empresa apresentando um pedido ao judiciário, acompanhado de uma série de documentos que comprovem sua situação financeira. Se o pedido for aceito, como ocorreu com a Polishop, a empresa tem um prazo de 60 dias para apresentar um plano de recuperação detalhado.

Esse plano deve incluir propostas de pagamento das dívidas, reestruturação de operações e outras medidas para garantir a viabilidade da empresa a longo prazo. Durante o período de recuperação, todas as execuções de dívidas são suspensas por até 180 dias, evitando que a empresa seja alvo de ações judiciais que poderiam levar à sua falência.

Dificuldades da Polishop

Desde a pandemia de Covid-19, a Polishop vem enfrentando sérias dificuldades financeiras. A crise sanitária resultou em uma significativa queda de faturamento, forçando a varejista a fechar mais da metade de suas lojas físicas e a demitir aproximadamente 2 mil colaboradores. 

Desde 2023 a empresa sofre com ações de despejo de shoppings devido à inadimplência. Apenas entre 2022 e 2024, pelo menos 50 ações de despejo foram ajuizadas contra a rede de varejo.

“A situação da Polishop não é única; muitas empresas ao redor do mundo enfrentaram desafios similares devido à pandemia”, comenta Luciano. Para o Mentor, países como os Estados Unidos e membros da União Europeia têm implementado políticas de suporte financeiro e programas de recuperação para ajudar empresas a superar desafios que no Brasil acontecem com frequência. 

“O crédito internacional e a intervenção de instituições financeiras globais têm desempenhado um papel crucial nesse processo, oferecendo linhas de crédito emergencial, flexibilização de prazos de pagamento e reestruturação de dívidas”, explica Luciano.

O empresário acredita que no caso da Polishop, a obtenção de crédito internacional poderia ser uma solução viável para ajudar a empresa a se reerguer. Linhas de crédito com juros mais baixos e prazos de pagamento mais longos podem proporcionar a liquidez necessária para a empresa reorganizar suas operações e voltar a crescer. Outra forma são os programas de apoio e consultoria financeira oferecidos por instituições internacionais poderiam auxiliar na criação de um plano de recuperação robusto e eficaz, garantindo a sustentabilidade da Polishop no mercado brasileiro”, diz.

A decisão de recuperação judicial foi proferida pelo juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho, da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, que confirmou que a empresa preenche os requisitos legais para o processo. Agora a Polishop tem 60 dias legais para apresentar um plano de recuperação.

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