Por Luciano Bravo, Diretor Executivo da Inteligência Comercial e Diretor Nacional da Savel Capital Partners
A discussão acerca do fim do rotativo no cartão de crédito ainda não chegou a um desfecho definitivo. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, admitiu ter sido repreendido por ter apresentado a alternativa perante o Senado Federal na quinta-feira. Esse episódio traz reflexões profundas sobre os desafios e as implicações que a medida pode trazer para o cenário financeiro e para os consumidores.
A proposta de extinguir o rotativo, uma das modalidades de crédito mais caras no Brasil, tem sido recebida com uma mistura de esperança e preocupação. A ideia central é aliviar a carga de juros elevados que recai sobre os usuários do cartão de crédito, permitindo que eles migrem a um modelo mais acessível de crédito parcelado. No entanto, a reação de alguns setores mostra que a medida não é isenta de controvérsias.
A declaração do presidente do Banco Central, que afirmou ter levado um “puxão de orelha” após sua apresentação no Senado, evidencia o grau de pressões e interesses conflitantes que cercam essa discussão. A transição de um sistema para outro envolve não apenas aspectos econômicos, mas também políticos e sociais, visto que afeta diretamente os consumidores, as instituições financeiras e a economia como um todo.
A verdadeira questão reside em como promover essa mudança de maneira equilibrada e justa. As taxas de juros do rotativo têm sido um fardo para muitos brasileiros, frequentemente gerando ciclos de endividamento difíceis de superar. O desejo de implementar uma alternativa mais favorável é louvável, mas é igualmente importante considerar a capacidade de adaptação das instituições financeiras e as implicações a longo prazo.
Uma possível solução reside na exploração do crédito internacional. Essa abordagem permitiria que as empresas brasileiras obtivessem recursos para financiar suas expansões além-fronteiras, diversificando suas fontes de receita e reduzindo a exposição a flutuações econômicas locais. O crédito internacional pode oferecer recursos financeiros com taxas de juros mais competitivas e prazos flexíveis, viabilizando a renegociação de dívidas e a reestruturação das operações.